segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Desejosa do Douro - O regresso


Quando da participação no 16º Encontro Nacional do 4.clube.portugal, o qual me levou pela primeira vez à Desejosa, jamais me passou pela cabeça que viesse a ganhar semelhante apego à Terra e às Gentes desta aldeia de Tabuaço, montada na encosta dum monte, em pleno coração do Douro Vinhateiro. 




Os motivos foram simples. Sendo eu, rapaz de aldeia, pouco me encanta a Natureza betuminosa que edifica as cidades em que trabalhamos e dormimos, muito menos o contra-relógio que nos comanda a vida, do levantar ao retorno à cama... O que verdadeiramente me encanta é a Natureza dos vales e montes e o ar que neles se respira, os aromas que soltam, a água fresca e pura que brota das nascentes, os animais livres e a passagem lenta do tempo sob orientação da simples trajetória do Sol ou do rugido no estômago.




Na Desejosa encontrei tudo isto e muito mais… Encontrei um extraordinário e delicioso Néctar dos Deuses, que nos liberta o espírito para longe das crises financeiras e outros desinteresses que as televisões nos impingem diariamente.
Encontrei uma fantástica gastronomia, na Chanfana de cabra velha feita no pote e que roeria de inveja... o milionário dono dos restaurantes McDonald’s. 
Encontrei o puro e fino azeite de soberbo paladar e aroma.
Encontrei os sabores dos frutos e produtos hortícolas, o Pónei do Luís Ferrador e a uva Ferral, há muito afastada do meu licor caseiro de receita ancestral passada pela avó Carlota…
Finalmente encontrei a riqueza maior desta Terra, as suas Gentes... Gente boa, trabalhadeira, dinâmica, generosa, que dá e recebe de forma desinteressada, tendo na sua alegria contagiante o segredo de nos apegar a elas e ao local de forma definitiva.













Passados anos, juntamente com um grupo de bons amigos, que batizamos “das Lagaradas”, continuamos as idas à Desejosa de forma sazonal.
Seja ao aniversário para o qual fomos convidados desde a primeira hora, aos Encontros TT em 4L ou BTT, ou ao ciclo da uva, que para nós só começa na vindima seguida de pisa, em fim de semana que ninguém quer perder, voltando novamente à Terra para provar aquilo que conseguimos fazer dentro do lagar em noites tão alegres quanto exaustas.
O fecho do círculo vem com o carregamento do afamado e prestigiado vinho do Douro que à mesa levará os presentes a momentos sublimes de prazer e que o Deus Baco, pelo mal dos seus pecados, nunca teve oportunidade de apreciar.












...Desta vês, a ida ao Douro foi Integrado no grupo do 4.clube.portugal, em resposta ao convite de participação em mais um Encontro, o 3º Sobre Rodas, que pela coincidência de datas fui forçando a dividir-me entre Castelões, aldeia de Urze e Torgos em terras Transmontanas, pois como rapaz de aldeia que sou também tenho uma Terra e foi nela que estive envolvido em evento de carácter diferente e a Desejosa, nas lindíssimas encostas vinhateiras do Douro, que a Humanidade reservou como seu Património.














Depois de mais um fantástico dia passado na Desejosa, na companhia de amigos da terra e do  do 4.clube.portugal, regressamos a casa sempre com o Douro a convidar ao clique.




E nas vindimas, lá vamos nós!!!...