Depois de alguns anos e graças à
muita vontade de dois Carolas,
finalmente conseguiu-se reunir uma grande parte dos amigos que à data do 25 de
Abril rondavam os 20 anos de idade e que militava pelo Kate-Kero e Copacabana
em São Caetano, Rio Tinto.
Se há amigos que pela proximidade
ainda se vão encontrando por lá, outros há que a vida os levou para distantes paragens,
sendo nestes encontros que todos tem a possibilidade de, duma só penada, se reverem
e reviverem tempos passados de partilha em momentos que dificilmente deixaremos
de recordar.
O programa iniciou com a concentração
da Malta junto ao Kate e dele faziam
parte, actividades que então nos ocupava parte dos fins-de-semana, tendo o jogo
da bola sido dispensado porque, por um lado o 25 de Abril já lá vai e por
outro, não termos conseguido recrutar uma equipa do INEM para aquelas emergências
que certamente iriam acontecer…
Ficamo-nos então pelos jogos de
mesa. Matraquilhos, Snooker, Dar ao dente e levantamento de copo, King e a
sempre apetecida e empolgante Lerpinha, tendo começado as hostilidades com uma Moedinha à Rodada, em que o feliz
contemplado a encostar a barriga ao balcão, foi nem mais nem menos um dos Carolas promotores do evento.
Um fim de dia cheio de nostalgia,
muito bem passado na companhia de muitos amigos, com momentos de alegria e boa
disposição, sem esquecermos aqueles que já partiram mas estiveram presentes em
singela homenagem de circunstância.
E para que estes encontros não fiquem
por aqui, foram nomeados outros Carolas
entre os presentes que darão continuidade à coisa, tendo desde logo ficado
agendado o próximo encontro para o dia 26 de Maio de 2012, desta vês com mais
amigos, esperamos.
Um bem-haja e saúde para todos os
meus amigos, presentes e ausentes.
Desde muito novo me acostumei a festejar o S. Martinho e era
tradição na casa de meus pais que a coisa se fizesse à moda da aldeia.
A castanha, depois de assada era colocada dentro dum alguidar,
tapada com folhas de couve cortadas na hora, pois o calor das castanhas em
contraste com a humidade da couve gera uma condensação, que mantém as castanhas
tenras por muito tempo. Sabedorias antigas…
O vinho, produto caseiro proveniente das ramadas de uva Americana
lá de casa, saia pela primeira vez do pequeno pipo para ser apreciado. Olhai
que é purinho… lembrava o pai Armindo, mas só quando a idade me permitiu a
prova é que me apercebi, tratar se de autentica água-pé!
O bacalhau, também não podia faltar. Cortado da peça para a mesa,
era mastigado juntamente com as castanhas em pequenas lascas retiradas do meio da
posta e por isso pouco salgadas, criando um sabor mesclado e único do doce da
castanha com o salgado da lasca.
Recordo com nostalgia essas
noites, com os seis sentados em redor da mesa da cozinha, desfrutando dos
paladares e do resto das brasas ainda quentes, colocadas estrategicamente por
baixo da mesa, debulhando o resto das
castanhas para Bilhós, que ao outro
dia, agora frias mas fofas e depois de uma jogatina de bola na bouça, iam que nem canja!…
E foi tudo isto que fui encontrar no primeiro S. Martinho que ao
longo destes anos fui passar a Castelões.
O convite, extensivo a toda gente
da Terra, chegou nos do Júlio Cabeleira, mentor e organizador, que em boa hora
se lembrou de brindar a comunidade com uma autêntica Festa de S. Martinho,
patrocinada por verbas da autarquia, a boa vontade de muitos e com as castanhas,
o vinho e as doçarias, a serem oferecidas pelos vizinhos.
Gostei de ver, o grande número de
pessoas que aderiram à iniciativa. Vi crianças quase de colo e adultos com mais
de noventa.
Gostei de ver, toda a gente na
festa descomplexada, com vestes de trabalho e do dia a dia.
Gostei de ver, a alegria conjunta
dos mais e menos novos em alternâncias musicais, do Folk ao som da concertina,
nos tradicionais Cantares de Roda, passando pela Dance e Rock and Rool.
A Cereja em cima do bolo veio com
a estreia do recuperador de calor, instalado no interior da Associação, que
juntou ao calor da festa o calor do corpo, em dia tão solarengo quanto frio.
O Vídeo que fiz com as fotos que recolhi, vale
mais que muitas palavras, proporcionando outros pormenores do dia de S.
Martinho, à moda da Aldeia…
Por não viver em Castelões, as minhas visitas à terra são na qualidade de turista, daqueles que fogem das cidades em busca da paz que as aldeias do interior oferecem, acrescendo o facto de lá ter nascido, ter família, amigos, haveres, mas principalmente por me sentir bem, muito bem...
Por isso, confesso que não me incomoda nada o facto do Estradão entre a Aldeia e o Parque da Senhora ainda se manter em terra-batida, pois esse tipo de piso é do meu agrado para os passeios TT de Bicicleta ou de 4L.
Para os residentes, acredito estarem ansiosos que o poder Autárquico se resolva a alcatroar a via, vivendo na expectativa de um dia, virem a ter os mesmos direitos da sede de freguesia, mas no assunto só se fala na altura em que o Povo é chamado a colocar Cruzinhas em Quadradinhos, depois o assunto vai novamente para a gaveta, tendo de esperar mais quatro anos para que o tema entrenovamente no rol das novas promessas...
Por mim, entendo tratar-se de uma obra de grande benefício para a terra e que urge resolver, assim queiram juntar esforços todos os interessados no processo.
...Não faltarão estradões e caminhos para os meus passeios TT...
Desde que me conheço, que o primeiro Domingo do mês de Setembro em Castelões, é dia de Festa em Honra da Nossa Senhora das Necessidades e do Engaranho.
Actualmente pondera-se a alteração da data festiva pois a maioria dos emigrantes tem os seus regressos agendados para os finais de Agosto, ficando por isso privados de participar naquela que desde sempre é a Festa preferida de todos.
O caso naturalmente não gera consenso, defendendo uns a ideia da tradição antiga e outros, que a tradição é a Festa e o dia pouco importa… Por mim, estou pelos outros, tentando com anúncio antecipado, a experiência em dois ou trás anos, a ver… Devemos acompanhar a evolução dos tempos, digo eu…
Falha-me a memória, para recordar a última vês que as Sombrinhas viraram Guarda-Chuva no dia da Festa, como me falha, para lembrar de cenário tão devastador ao redor do Santuário provocado pelo fogo.
Indiferente a tudo isso, povo e forasteiros acorrem em massa à festa e sem a preocupação de poupar as Alpercatas, vivem-na intensamente, participando em todas as variantes do programa que se estende pelo fim de semana.
…Que começou na tarde de Sábado com um jogo de futesal entre as equipas de Castelões e Ardãos, continuando com musica de Concertinas e copos de vinho, agora abafados com deliciosa carne, assada no interior do Bar da Santa, substituindo para o efeito os inesquecíveis Bolos da Tia Soutelinha…
Já com a noite cerrada, aconteceu a Missa, seguida da Procissão de velas da Igreja ao Santuário.
...E quanta necessidade temos, que a Senhora das Necessidades ajude a iluminar algumas mentes, a ver se conseguimos, um dia, fazer a procissão em cima de alcatrão e com um pouco mais de luz que a luz das velas…
A noite continuou com o bar aberto e música à socapa… É que a censura eclesiástica não permite mais...
Valham-nos estas modernices dos PCs portáteis, pois ao Armando, falta-lhe o fôlego para tocar o seu Realejo e os novos, estou que nem sabem o que isso é!
No Domingo às oito da madrugada e a cama meia fria, começam a soar estrondos de foguetes escuros, dando sinal que o dia é festivo. Está na hora de vestir a fatiota que a banda não tarda a passar!
A Missa campal, um lindo Sermão com sotaque e a Procissão em volta do Santuário preencheram a manhã, encerrando assim o lado religioso da festividade.
Se a mala de um automóvel é muito melhor do que os alforges do burro para transportar a merenda para a festa, não é menos verdade que o automóvel nos transporta rapidamente a casa, evitando o desconforto da comida fria, sentados no chão e com poeirada à mistura... E como a tradição já não é o que era, poucos são os que ficam a meter a Bucha no parque de merendas, optando pela deslocação a casa para degustação do tradicional assado…
À tarde e até ao por do sol, houve baile ao som da Banda de Loivos, copos, vai na roda com modinhas, copos, frio e copos...
O arraial ao Domingo, sem emigrantes, sem artistas de nomeada, sem os forasteiros porque ao outro dia é dia de trabalho e sem aqueles que, música só de Bandas Filarmónicas, fica-se por uns quantos,dois terços dos quais, põem pés ao caminho depois do fogo de artificio, deixando à despedida aquela frase rompida... Estamos sem festa e sem dinheiro!... Dá que pensar...
Com todas as virtudes e defeitos, para o ano lá estaremos novamente!!! É a Festa da Aldeia...
Quando da participação no 16º Encontro Nacional do 4.clube.portugal, o qual me levou pela primeira vez à Desejosa, jamais me passou pela cabeça que viesse a ganhar semelhante apego à Terra e às Gentes desta aldeia de Tabuaço, montada na encosta dum monte, em pleno coração do Douro Vinhateiro.
Os motivos foram simples. Sendo eu, rapaz de aldeia, pouco me encanta a Natureza betuminosa que edifica as cidades em que trabalhamos e dormimos, muito menos o contra-relógio que nos comanda a vida, do levantar ao retorno à cama... O que verdadeiramente me encanta é a Natureza dos vales e montes e o ar que neles se respira, os aromas que soltam, a água fresca e pura que brota das nascentes, os animais livres e a passagem lenta do tempo sob orientação da simples trajetória do Sol ou do rugido no estômago.
Na Desejosa encontrei tudo isto e muito mais… Encontrei um extraordinário e delicioso Néctar dos Deuses, que nos liberta o espírito para longe das crises financeiras e outros desinteresses que as televisões nos impingem diariamente. Encontrei uma fantástica gastronomia, na Chanfana de cabra velha feita no pote e que roeria de inveja... o milionário dono dos restaurantes McDonald’s. Encontrei o puro e fino azeite de soberbo paladar e aroma. Encontrei os sabores dos frutos e produtos hortícolas, o Pónei do Luís Ferrador e a uva Ferral, há muito afastada do meu licor caseiro de receita ancestral passada pela avó Carlota…
Finalmente encontrei a riqueza maior desta Terra, as suas Gentes... Gente boa, trabalhadeira, dinâmica, generosa, que dá e recebe de forma desinteressada, tendo na sua alegria contagiante o segredo de nos apegar a elas e ao local de forma definitiva.
Passados anos, juntamente com um grupo de bons amigos, que batizamos “das Lagaradas”, continuamos as idas à Desejosa de forma sazonal.
Seja ao aniversário para o qual fomos convidados desde a primeira hora, aos Encontros TT em 4L ou BTT, ou ao ciclo da uva, que para nós só começa na vindima seguida de pisa, em fim de semana que ninguém quer perder, voltando novamente à Terra para provar aquilo que conseguimos fazer dentro do lagar em noites tão alegres quanto exaustas.
O fecho do círculo vem com o carregamento do afamado e prestigiado vinho do Douro que à mesa levará os presentes a momentos sublimes de prazer e que o Deus Baco, pelo mal dos seus pecados, nunca teve oportunidade de apreciar.
...Desta vês, a ida ao Douro foi Integrado no grupo do 4.clube.portugal, em resposta ao convite de participação em mais um Encontro, o 3º Sobre Rodas, que pela coincidência de datas fui forçando a dividir-me entre Castelões, aldeia de Urze e Torgos em terras Transmontanas, pois como rapaz de aldeia que sou também tenho uma Terra e foi nela que estive envolvido em evento de carácter diferente e a Desejosa, nas lindíssimas encostas vinhateiras do Douro, que a Humanidade reservou como seu Património.
Depois de mais um fantástico dia passado na Desejosa, na companhia de amigos da terra e do do 4.clube.portugal, regressamos a casa sempre com o Douro a convidar ao clique.
A minha Aldeia teve o gosto e o prazer de receber o Evento do Verão 2011, dos Blogues e Fotógrafos da Associação Lumbudus.
Desde a primeira abordagem sobre a possibilidade da realização deste prestigiado Encontro em Castelões, que o Blogue e as Gentes da terra se empenharam em ter o privilégio da visita deste grupo de pessoas.
A exemplo de anos anteriores, o objetivo destes encontros passa pelo convivo e troca de experiências entre todos, com cliques de câmaras fotográficas à mistura, buscando o melhor registo e a melhor classificação em concurso exclusivamente organizado para o evento, sendo este bastante participado por aqueles que tem na fotografia o seu passatempo favorito.
Por mim, embora gostando de fotografar, só de olhar para o que havia de mais sofisticado pendurado ao pescoço da maioria dos participantes e evitando levar com a mesma classificação da Dívida Pública Portuguesa, fiquei a assistir de fora.
Iniciamos o dia no Santuário do S. Caetano com o tempo chuvoso, exigindo dos fotógrafos olhares diferentes e imaginativos.
Quando chegamos a Soutelinho da Raia já o tempo se havia composto, proporcionando-nos até ao fim um fantástico dia de sol.
Fomos mandar uns Olhares ao Larouco...
E descemos a Calvão.
Continuamos a Fotografar, agora em Castelões, minha Terra...
Rumamos ao Parque da Senhora das Necessidades...
E demos início ao programa Gastronómico.
Depois do café e do Licor serem servidos ao ar livre...
Avançamos para o programa da tarde que seguiu com Livros, Autores, Fotógrafos e Vencedores.
O remate final deste agradável dia de convívio foi dado com um delicioso Caldo Verde, acompanhado de outros sabores, caindo o pano com as inevitáveis fotos de família.
Pela parte que me toca e em nome do Blogue de Castelões, quero agradecer, ao Fernando Ribeiro e ao João Madureira, a escolha da minha Aldeia para realização do Evento e de forma muito particular, ao Júlio Cabeleira, ao Joaquim Monteiro, às irmãs Maria e Elisabeta Cunha, bem como a todos que de uma ou outra forma deram o seu contributo para o êxito do mesmo.